domingo, 5 de novembro de 2023

Precisamos falar sobre a guerra

Desde os primórdios da civilização humana o ato de guerrear sempre esteve presente no homem, seja para caçar, seja para disputar uma fêmea no caso dos nossos antepassados símios, seja para conquistar algum território alheio e por vários outros motivos. Pois bem, de lá pra cá houveram muitas mudanças de comportamento, de civilização, novas tecnologias, a ciência em grande evolução, avanços na medicina, informática, automatização e na produção bélica dos países desenvolvidos e de seus aliados. Nunca se investiu tanto em armamento como nos dias atuais, são bilhões de dólares gastos com novos mísseis, bombas, tanques de guerra, drones não tripulados, porta-aviões, submarinos, aviões de caça cada vez mais modernos e letais. O poder de destruição e a violência de tanto armamento também aumentou em níveis consideráveis qualquer tentativa de ataque a outros países que não possuam uma poderosa defesa em seus domínios.

Hoje no mundo temos duas importantes guerras em curso, a guerra da Rússia x Ucrânia e Israel x Palestina, dois eventos horrorosos que só mostram o pior lado do ser humano, o da crueldade humana e da total falta de humanidade e empatia pelas pessoas. Todas as guerras são por si só absurdas e inexplicáveis, na sua maioria são praticadas pela disputa por territórios, o país com maior poderio bélico tentando invadir e tomar posse de terras que não fazem parte das suas fronteiras, mas que se acham no direito de tomá-las a força pelos mais diferentes motivos. Não é de hoje que o mundo é controlado pelas grandes potências, são elas que ditam o que é certo ou errado, são elas que autorizam verdadeiros genocídios de pessoas em países que não podem se defender, são elas que patrocinam horripilantes massacres nesses países e ainda posam de antiterroristas e contra um mal maior.

Eu acredito que ninguém de boa-fé seja favorável com os atentados terroristas como os que aconteceram em Israel pelos extremistas do Hamas, com as torres gêmeas em Nova York (EUA), em uma casa de shows em Paris na França, na maratona de Boston nos EUA e em tantos outros atentados na África, em países do Oriente Médio e Europa. Nada justifica o horror desses ataques, porém a resposta que esses países que são as grandes potências mundiais dão são extremamente desproporcionais e devastadoras, pois se localizam um possível grupo extremista de outro país como sendo os possíveis culpados eles não pensam duas vezes em bombardear toda uma região com a desculpa de estar “caçando” os terroristas, com ataques “cirúrgicos” como eles mesmos adoram frisar e matando milhares de crianças, idosos e pessoas inocentes que nada tem a ver com essa estúpida guerra, são civis que desejam apenas viverem em paz, mas isso nunca é possível em território hostil.

Agora uma pergunta, quem atira bombas e mísseis de alto poder de destruição numa cidade, num outro país ou nação matando tantas vidas de pessoas inocentes não está praticando o mesmo terrorismo que os extremistas? Qual a diferença do terrorismo de um para o outro? A resposta é nenhuma diferença. Mas quando são os países poderosos a bombardear muitas pessoas apoiam e não percebem as atrocidades que são cometidas contra civis, violações de direitos internacionais, o caos que se instala nos hospitais desses países que não conseguem dar conta de tantos feridos, sem falar nas cidades destruídas e com tantos desabrigados ao relento, sem o ter o que comer ou beber. Será que essas autoridades que defendem uma resposta contra os terroristas apoiam dizimar cidades e pessoas sem sentir nenhum remorso? São essas as minhas indagações, gostaria de saber realmente o que se ganha com tanta violência, é a mesma coisa de apagar um incêndio com gasolina.

Quanto mais violência você gerar mais violência terá como retorno, esse é um caminho sem volta e sem precedentes. Enquanto não estancarmos esse câncer que é a guerra nunca iremos crescer como nações civilizadas, o combate e o enfrentamento nunca serão a melhor opção para nenhuma parte envolvida, o diálogo e a diplomacia sempre serão os melhores caminhos. Tudo o que for acordado entre as partes é a melhor solução, a conciliação deveria vir antes das bombas e mísseis. O homem e sempre o homem prefere o confronto, não dão espaço para resolver os conflitos diplomaticamente, parece que precisam se auto afirmarem como tendo pulso firme, não podem de maneira nenhuma demonstrar fraqueza diante do “inimigo”, esse é o pensamento mesquinho de muitos chefes de estado das grandes potências.

Sinceramente estamos muito longe da tão falada paz mundial, mas nunca devemos desanimar ou deixar de lutar por ela. É um caminho árduo, difícil, mas está nas mãos da gente, os governos tremem de medo quando a população se revolta contra os desmandos de suas gestões, então cabe a nós também não aceitar políticas que não sejam favoráveis a paz e a união entre os povos, precisamos acabar com a segregação de raças, de religiões, de limpeza étnica como tem ocorrido em tantos lugares como na própria guerra entre israelenses e palestinos onde o governo de Israel insiste em querer acabar com o território palestino, isso não tem nada a ver com o povo de Israel que também luta pela paz e a união com os seus vizinhos palestinos. Precisamos urgentemente dar uma chance para a paz como já cantava o eterno beatle John Lennon.


Alécio Souza


Compartilho essa canção maravilhosa de John Lennon que diz a seguinte frase “Imagine todas as pessoas // A viverem a vida em paz”. Esse é o desejo de todas as pessoas que sonham com um mundo melhor e que não se odeiam, vamos espalhar o amor!