domingo, 24 de abril de 2016

Prince – A rebeldia de um gênio

Parece que 2016 tem sido um ano de grandes perdas na música, em janeiro nos despedimos de David Bowie e três meses depois ficamos perplexos com a morte de Prince, que nos deixou órfãos da sua grandiosa obra e canções imortalizadas em sua voz e talento. Para quem assim como eu vivenciou os saudosos anos 80, ouvir Prince sempre foi algo marcante e prazeroso, pois as suas canções tinham força, sensualidade e uma melodia única.

Em alguns aspectos Prince e David Bowie possuem semelhanças notáveis como no jeito andrógino dos seus figurinos, da maquiagem e das performances no palco e ambos circulavam por diversos gêneros musicais. Prince gostava de misturar funk, R&B, soul, new wave, jazz, rock, pop e hip hop, e o fazia com grande maestria. Não é qualquer artista que consegue se renovar com tanta grandiosidade assim.

Além da sua genialidade precoce Prince era também multi-instrumentista e tocava todos os instrumentos de suas canções, era perfeccionista ao extremo e muito exigente com os integrantes de sua banda, no palco ele transformava toda a sua rebeldia em performances icônicas, sensuais, provocantes e mostrava ao mundo as suas diversas facetas.

Prince era frequentemente comparado a outros gênios da música como Jimi Hendrix por ser um exímio guitarrista e a James Brown pela sua desenvoltura como dançarino. Autor de hits como “Purple Rain”, “Kiss”, “1999”, “When Doves Cry”, “Let’s Go Crazy”, "Raspberry Beret", entre tantos outros, Prince era um hitmaker e suas belas e inspiradas canções serão eternizadas na memória dos fãs.

Temos que salientar que Prince também sempre foi um workaholic, compunha canções e lançava discos numa velocidade impressionante, coisa que a maioria dos artistas da sua geração não faziam. Ele tinha uma urgência de mostrar os seus novos trabalhos e não se acomodava com a fama, buscava sempre algo novo e seus discos eram sempre recheados de novidades e experimentações musicais.

Sem dúvida nenhuma ele foi um dos maiores cantores surgidos entre as décadas de 70 e 80, ao lado de Michael Jackson. Aliás, sempre foi divulgado pela mídia a richa entre os dois maiores astros pop daquela época, porém cada um tinha o seu brilho próprio e maneiras diferentes de conduzir a sua carreira e os seus fãs. No lado feminino não podemos nos esquecer do furacão Madonna que assim como Prince e Michael catapultou a sua carreira no cenário pop.

Assim como David Bowie ouvir Prince na minha infância e pré-adolescência sempre foi motivo de grande orgulho e muita satisfação pra mim, pois gênios desse calibre dificilmente irão surgir atualmente, hoje sinto falta de cantores com esse conteúdo, com essa inovação e com este talento. Para os seus inúmeros fãs a perda de um ídolo é sempre devastadora, mas a sua poesia e a sua obra sempre permanecerão vivas no coração dos seus eternos fãs. Viva Prince e toda a sua rebeldia e genialidade.