quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

A pandemia

Ano estranho, veio à pandemia
E com ela lá se foi a nossa alegria
Esse vírus que a gente desconhecia
Trouxe a tona algo que se temia

Agora as pessoas vivem em isolamento
Famílias vivenciando esse tormento
Esperando por dias melhores, um alento
Que termine com esse sofrimento

Tantas vidas perdidas
Tanto descaso com a vida
Irresponsabilidade e negligência descabida
Com as pessoas mais sofridas

Se não melhorarmos como seres humanos
Não haverá vacina que irá curar tantos danos
E a humanidade vai continuar a viver por anos
De erros, ganância, egoísmo e enganos


Alécio Souza


Obs.: Fiz esse poema como um desabafo diante de tanto descaso, ignorância e irresponsabilidade desse desgoverno que temos hoje no Brasil. Se a pandemia fosse tratada com a urgência e gravidade necessária logo no início os efeitos poderiam ter sido reduzidos e evitaríamos tantas mortes como ocorreram e ainda continuam ocorrendo. Infelizmente temos um presidente que não se importa com a quantidade de mortos, muito menos com a vacina que pra ele não é necessária. São tempos difíceis, mas temos que confiar na ciência e nos profissionais da saúde que tanto fazem pelo nosso país. Cientistas e médicos merecem todo o nosso respeito e admiração, sem eles a crise poderia ter sido ainda pior.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Maradona – A genialidade de um craque que viveu intensamente

No ano mais caótico e problemático para a saúde mundial devido à pandemia da covid19, recebemos com surpresa e muita tristeza também a notícia da morte precoce do genial craque de futebol Diego Armando Maradona aos 60 anos de idade, jogador argentino que ficou conhecido pela sua habilidade com a bola nos pés, pelas suas incríveis jogadas, os seus belos gols e também pela sua conturbada vida pessoal e os problemas com o vício em álcool e drogas.

Em campo era espetacular vê-lo jogar, a cada jogada, a cada drible, a cada gol marcado o seu dom era exaltado, nunca havia existido um jogador argentino com tamanha habilidade e mesmo sendo baixinho tinha muita explosão nas arrancadas em direção ao gol e força física para disputar a bola com os zagueiros grandalhões. Disputou ao todo quatro Copas do Mundo pela seleção da Argentina sendo campeão em 1986 no México, nesta Copa fez o seu gol mais bonito contra a seleção da Inglaterra quando conseguiu driblar seis marcadores ingleses até chegar às redes adversárias. Gol de placa, gol de gênio.

Na carreira Maradona jogou em diversos clubes de futebol como Boca Juniors, Barcelona e Napoli onde conseguiu o ápice da sua carreira conquistando títulos e se destacando como ídolo da torcida e do povo argentino. Juntamente com o sucesso vieram os problemas e o vício em drogas e álcool. Na Copa do Mundo de 1994 que foi disputada nos Estados Unidos, Maradona foi suspenso por uso indevido de uma substância proibida. Após se aposentar dos gramados no ano de 1997 a sua vida pessoal passou por uma série de turbulências com internações em clínicas médicas, separação da esposa, acidente automobilístico em Havana, brigas com vizinhos e polêmicas com a AFA (Associação de Futebol da Argentina).

“Dom Diego” como era chamado carinhosamente conseguiu ser tão genial quanto inconstante, o seu desempenho em campo contrastava com a sua vida fora dos gramados. Era um craque de futebol, mas em grande parte da sua vida esteve ao lado de más companhias, sem o apoio total da família e de certa forma se destruindo aos poucos. O seu humor oscilava entre momentos felizes, homenagens, mas também com discussões e brigas, chegando a ser preso no ano de 1991 por porte de cocaína. Maradona vivia uma vida desregrada.

Talvez uma das maiores rivalidades do futebol seja a discussão sobre quem foi o melhor jogador de futebol do mundo, Pelé ou Maradona, rivalidade essa que culminou com a troca de farpas entre os dois por um longo período, mas que nos últimos anos havia terminado e os dois se tornaram grandes amigos. Pelé inclusive foi convidado do programa em que Maradona apresentava na tevê argentina chamado “La Noche Del 10”, e os dois trocaram elogios e exibiram muita habilidade com a bola numa intensa troca de passes de cabeça sem deixar a bola cair ao chão.

Na política Maradona sempre demonstrou toda a sua simpatia por regimes de esquerda, caso de países como Venezuela e Cuba, chegando a fazer amizade com os ex-presidentes Hugo Chávez e Fidel Castro, ambos já falecidos. Tinha tatuagens de Fidel Castro e também do guerrilheiro argentino Che Guevara, há quem admirava pela sua trajetória de luta e por ser um revolucionário. Era muito criticado por apoiar regimes ditatoriais, mas não se importava com as críticas, pois era fiel as suas convicções.

Maradona sempre foi uma figura controversa, era ídolo máximo de uma nação, porém em contrapartida gerava ódio pelas suas atitudes, pelo seu vício, pelo seu temperamento explosivo. Na Argentina sempre foi considerado o melhor jogador de todos os tempos, um craque tão fora de série que os seus fãs criaram em sua homenagem a Igreja Maradoniana, templo destinado à sua idolatria. Diego certamente viveu de forma intensa, o sucesso realmente lhe subiu a cabeça em muitos momentos da sua vida e ele não soube conduzir da melhor forma, mas o legado e os seus feitos ficarão pra sempre na história do futebol e das Copas, isso jamais se apagará. Descanse em paz “Dom Diego”.


Alécio Souza


Maradona também foi homenageado pelo cantor Manu Chao que compôs a belíssima canção "La Vida Tombola", segue o vídeo abaixo.