domingo, 17 de janeiro de 2016

A despedida do camaleão

Nesta semana o mundo todo ficou perplexo e atônito com a morte do cantor e compositor David Bowie, após o recém-lançamento do seu novo disco “Blackstar”. Eu assim como todos os seus fãs receberam a notícia com muita tristeza e fomos surpreendidos com essa perda tão repentina e absurda.

A impressão que tenho sempre quando perdermos grandes nomes da música sejam nacionais ou internacionais é que ficamos cada vez mais órfãos de nossas referências, da nossa base musical e perdemos ídolos que não surgem mais nos dias atuais. Não é uma questão de saudosismo, mas atualmente não temos nomes de grande destaque no cenário musical, hoje se fabrica muito artista comercial e sem relevância. Falta qualidade, criatividade, atitude, postura, presença de palco entre outros elementos que configuram um pop star.

Nesse sentido David Bowie era um mestre, sabia como ninguém alternar as diversas fases da sua carreira com tamanha habilidade que parecia calcular cada passo da sua trajetória, talvez por esta razão tenha feito o sucesso que o consagrou e elevou o seu nome ao patamar dos grandes artistas do cenário musical.

David Bowie ganhou o apelido de “camaleão”, justamente por ser um artista mutante, com variações no seu estilo musical que passeavam pelo pop, rock, dance, eletrônico, etc. Eram diversas mudanças que o faziam ter o seu estilo próprio e que ninguém mesmo que tentasse conseguiria copiá-lo. Bowie era único, era genial, era talento puro, autor de hits inesquecíveis como “Ziggy Stardust”, “Heroes”,” Under Pressure”,” Let´s Dance”, “Ashes To Ashes”,” Modern Love”, entre tantos outros.

Ouvir David Bowie desde a infância foi um grande privilégio pra mim, as suas músicas sempre foram inspirações, a melodia gostosa de ouvir, canções pra você dançar, curtir e não se lembrar dos problemas. Não podemos nos esquecer das suas grandes baladas pra se ouvir a dois, nada mais romântico e perfeito para um casal apaixonado.

O eterno “camaleão do rock” fará muita falta nesse mundo que anda tão careta, tão sem novidades, sem novos ídolos de expressão, sem identidade e autenticidade. Artistas geniais como Michael Jackson, John Lennon, Cazuza, Renato Russo e o próprio David Bowie, por exemplo, não existem mais, os grandes astros estão desaparecendo e deixando um enorme vácuo.

Apesar da imensa perda desse grande artista, o que ficará serão as suas eternas canções atemporais que com certeza irão encantar diversas gerações por muito tempo ainda. A sua obra também permanecerá presente em todos aqueles que apreciam música de qualidade, elegante e sofisticada, suave e às vezes rebelde, tristes ou alegres, enfim, músicas que tocam no coração e na alma.

Camaleão descanse em paz! A sua luz e genialidade nunca morrerão, estarão sempre vivas na memória dos seus admiradores e fãs.